Há momentos em que o nada aparece
Ganha espaço e forma
Enlaça e se personifica na mente do pensante
Faz convite à uma profunda calma
Como cobertor d'alma.
Arranco do peito e dou à faminta mente
Aquilo que nego veementemente
E, então, o que parece libertar, prende.
Nessas horas, o tudo preenche com seu vazio
Erigindo fortalezas em forma de labirintos
Mas de súbito, eis que surge o nada
Com seu semblante distante que parece pensante
Porém, bem na verdade ele é o em si no além de si
É, pois, um mistério que o nada não é vazio
Ele tem conteúdo e está contido no tudo.
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