quarta-feira, 2 de novembro de 2011

There's a corner of my heart


Corner Of Your Heart

There's a corner of your heart for me.
There's a corner of your heart just for me.
I will pack my bags just to stay in the corner of your heart.
Just to stay in the corner of your heart.

There is room beneath your bed for me.
There is room beneath your bed just for me.
I will leave this town just to sleep underneath your bed.
Just to sleep underneath your bed.

There's one minute of your day.
There's one minute of your day.
I will leave this man just to occupy one minute of your day.
Just to occupy one minute of your day.

Just to sleep underneath your bed.

Just to stay in the corner of you heart.

Cão-guia

Quando exaurida as forças, que o bom pensar não lhe falte
Se este não puder lhe carregar, ao menos lhe ensinará os primeiros passos para caminhar
E mesmo que mentalmente caminhe sem sair do lugar,
Na companhia do bom pensar, já começou a se movimentar.
Ela é a ação na inércia e inspiração na loucura
E, se não servir como motivação, é o que lhe segura.

Ode ao bom pensar!
Não! Também não.

Mas... é simples a questão:
Quando tudo parecer acabado,
O bom pensar como um amigo lhe dará a mão
E lhe dará um norte no meio do furacão
Mesmo não lhe servindo como sentido da vida
Ser-lhe-á um cão-guia a orientar e delimitar sua direção,
Não com o fim de chegar a algum lugar,
Mas, no lugar onde quer chegar.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Subterfúgio

Subterfúgio é um canal que leva para outro mundo
Lá as portas são de vidro e as janelas são quadros pintados de possibilidades
Encimados por paredes de vento.
Espelho d'água é de certo o chão que pisa
Portanto, não há sinais de rastro nesse mundo
A não ser um breve reflexo de si, distorcido pelas ondulações d'água.
O onírico passar das horas não faz do novo o velho, do hoje o ontem.
A dimensão temporal paira como quem dita a eternidade de um segundo e a finitude das horas...
No subterfúgio a via é de mão dupla.
Pode voltar pelo mesmo lugar de onde veio:
Escolha uma das janelas e assine
Contudo, por esta já não poderá mais regressar.

Entre aspas

“Sou una e múltipla, fragmentada e inteira,
curva e planície, zênite e abisso.
Sou superfície e fosso, laços e cisão,
silêncios e barbúrdias, muitas e nenhuma.

Meus pedaços me juntam em esfinge
e me insulam no arco-das-sete-cores
de onde espio infinitos e precipícios
como se dona de todos os mundos.

Minhas antíteses, polaridades
se perdem sempre em meus campos
e ocultam verdades, faces e falácias
do medo que me escamoteou os sonhos.

Meus inversos mostram os enigmas
(guardados em redoma de alabastro),
que escondem máscaras, alegorias
e as almas dos amores todos,
cujos corpos há muito migraram”.

Enigma - Lêda Selma

Vento solar...


terça-feira, 4 de outubro de 2011

The sun contains a ray


home sweet home

Don't forget your clothes on the bed
Don't forget your clothes on the bed
When you arrive at home
Please come in
And don't look at me

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

'Love'



John Everett Millais, 'Love'

John Everett Millais (1829-96)
'Love'
About 1862
Pen and ink and blue watercolour wash, probably touched with watercolour
Museum no. 178-1894
Millais made this image for an illustrated edition of 'Poets of the Nineteenth Century', published by the Dalziel brothers in 1857. It illustrates the poem of the same name by Samuel Taylor Coleridge, written in 1798-9, which describes a lovers' midnight meeting.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O paraíso do Nada no inferno do Tudo.

Há momentos em que o nada aparece
Ganha espaço e forma
Enlaça e se personifica na mente do pensante
Faz convite à uma profunda calma
Como cobertor d'alma.

Arranco do peito e dou à faminta mente
Aquilo que nego veementemente
E, então, o que parece libertar, prende.

Nessas horas, o tudo preenche com seu vazio
Erigindo fortalezas em forma de labirintos
Mas de súbito, eis que surge o nada
Com seu semblante distante que parece pensante
Porém, bem na verdade ele é o em si no além de si

É, pois, um mistério que o nada não é vazio
Ele tem conteúdo e está contido no tudo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Discordância


O ciúme e a insegurança realmente são um mal de raiz... Mas o ciúme, amigo Vinícius, é o veneno do amor...

Medo De Amar
Compositor: Vinicius De Morais

Vire essa folha do livro
E se esqueça de mim,
Finja que o amor acabou
E se esqueça de mim.
Você não compreendeu
Que o ciúme é um mal de raiz
E que ter medo de amar
Não faz ninguém feliz.
Agora vá sua vida
Como você quer,
Porém, não se surpreenda
Se uma outra mulher
Nascer de mim
Como do deserto uma flor,
E compreender que o ciúme
É o perfume do amor.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O excerto

A menina pergunta ao gato:

"Você poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?”
"Depende muito de onde você quer chegar”, diz o Gato.
“Não me importa muito onde...” vai dizendo Alice.
“Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá”, diz o Gato.
“...desde que eu chegue a algum lugar”, acrescenta Alice, explicando.
“Oh, esteja certa de que isso ocorrerá”, fala o Gato, “desde que você caminhe o bastante.”

quinta-feira, 14 de julho de 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

Antes de Nascer

Quando voltar àquela mesma forma de sempre
Suprimida
Tente chegar à superfície
Terá que nadar um pouco
E será imprescindível que se afogue
O suficiente
A fim de que se possa respirar...
Quando a voz lhe vier
E o som invadir o espaço
Terá o poder de criar
Assim como forte será o seu revés
Com o verbo poderá conjugar
Todos os tempos e espaços
Entremeados por ressonâncias
Da existência sem forma
Mas quando voltar àquela mesma forma de sempre
Suprimida
E chegar à superfície
Lembre-se da existência sem forma.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Inaudível

19 anos. Lembro deles.
Passei incólume dos devaneios e desvarios dessa idade
Enquanto muitos gritavam pelas ruas
Eu gritava no meu quarto
Mas era inaudível.
Hoje eles se foram embora
Porém as remanecências
Brincam como reticências de um tempo
Ancorado por um navio que se nega a partir
Os gritos roucos surdos e mudos
Sacodem juntos em um coral
Entretendo espectadores incapazes de ouvir
...
...
19 anos. Lembro deles.
Eles ainda moram em mim.

terça-feira, 7 de junho de 2011

It's enough for me

I would like to buy that house
Just to be your neighbor
And watch you
Keeping me invisible from your eyes
To not disturb you
Because I know, to be able to see you
It's enough for me
You raise good feelings inside of me
And keep my poor heart warmed
The only thing sad is that you will never know how well you make me
Without even knowing, you always make my day  
In something better than it usually be.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Keep it simple!

domingo, 29 de maio de 2011

A receita da História

História se faz assim:
Você conjuga o verbo
Que reverbera no tempo e no espaço.
Não há paredes, nem barreiras que sirvam de obstáculos
À um tempo único para vidas que não resistem à sua infinitude
É, pois, difícil ver o todo, quando se é uma pequena parte deste
Então procuramos atribuir sentido
E a História se faz assim.

sábado, 28 de maio de 2011

Café com Feijão

Acordei e vesti uma roupa qualquer.
Fui à padaria.
Voltei.
Fiz café.
Tava horrível.
Joguei fora.
Fiz outro.
...e desisti.
Tomei um suco de caixinha
E comecei meu dia.
Fui fazer faxina
Na cozinha
E então resolvi fazer feijão
Deixei no fogo
Na panela de pressão
Fui até a sala ligar pra minha amiga
O papo estava bom
Queimei o feijão!
Separei o toicinho
Joguei o feijão fora
Lavei a panela
Tudo cheirando à queimado
Fiz outro feijão
Resumo: desperdício do dia e da comida.
Só espero que o feijão fique bom.
Espero que fique bom.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Microscópico

O cheiro do asfalto molhado me inebriva de uma inexplicável nostalgia
Dava para ver a fumaça subir quando a chuva tocava o asfalto quente
Todo esse vapor exalado parecia um simultâneo trago de vida
Que envolvia, qual um nevoeiro rasteiro, a superfìcie em uma fina camada de partículas suspensas

E são nessas horas que o tempo costuma parar.

domingo, 22 de maio de 2011

Antes de dormir

Sozinha no quarto penso: é tarde
E então, já é hora de dormir.
Olho para a cama e me deito
Faz frio e a cama está fria
Me enrolo em um edredon branco e macio
E tento me aquecer
Por uns instantes, sem se mexer, permaneço
Até sentir que consegui aquecer um pouco a cama
Mas os pés continuam gelados
Então, me levanto e visto uma meia.

Timidez

"O meu amor te procura, te encontra, te despe e te cora
Te veste de amor que consola
E vem e cresce e desponta
Se desencontra e disfarça
E se dispersa em anseios
Se perde no meio, mas volta
Pro mesmo lugar de onde veio.
As minha mãos de maneiras veleiras buscam o teu corpo
Que se faz morto, mas treme
Se minhas mãos tocam o leme do rumo dos teus sentidos
Que adernam com o medo de amar
Vislumbram o porto e navegam
De volta pro teu alto mar
De volta pro teu alto mar
De volta pro teu alto mar"

sábado, 21 de maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

The state of inertia

I wish I could escape from myself
But the only thing I get, It's me on my bed
Thinking, wondering, imagining, all the revolutions
That I could possibly make on my state of inertia.
It was just a thought.
Were just thoughts.

Nova epiderme

Quando cheguei no topo da montanha,
O vento me tocou com aspereza,
E meu rosto parecia sangue na neve.
Tentei descer mais, porém não conseguia
Meu corpo já estava inerte
E as articulações estáticas.
Aí, o vento virou brisa,
Porém meu rosto já não era o mesmo.
Tampouco meu corpo.
Nova epiderme
Mesma rota,
E outro jeito de caminhar.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Classe Média

Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos”
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual
Mais eu “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em Moema
O assassinato é no “jardins”
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida.


                                                                      
                                                                               Max Gonzaga